timeless
him her find feel
gaivota
terça-feira, 15 de março de 2011 @ 22:17

ouço música, grito no quarto vazio a letra do que me move, da aceitação, da culpa, do ser e querer deixar de ter. olho para uma fotografia tua antes de saltar. sinto o vento na cara, a vergonha inotável, os olhos em mim, no meu corpo, nas minhas acções. ninguém quer saber quem fui, ninguém quer saber quem sou. com os olhos procuram para onde vou, o chão, tão macio, tão contrariamente acolhedor. as pombas voam ao longe, rapidamente voltam para a rotina mesmo antes de os poucos segundos da minha queda ter um fim. o corpo cai esmagado pela pressão, já ninguém está a ver, a fotografia que agarrei voou com o vento, a mente libertou-a no suspiro dos olhares para saberem por quem foi. o corpo, sim, porque não me pertence o caído, eu fiquei no meio, na infinita sensação de liberdade, debaixo do sol nublado, entre os prédios dos ignorantes. o vento levou-me o cabelo para as costas, abri os braços e fechei os olhos. eterno, parado, a voar.
ninguém para ver a minha prova de amor, 

aquele amor que mata.

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